Temos na administração do sistema financeiro as “melhores cabeças” que a cultura de elite intelectual produziu no mundo todo.
Neste arranjo de crise econômica, devemos perguntar, porque não se teve o cuidado de dar a mínima condição de continuidade neste seguimento, sem uma ruptura em desastre, que prejudicasse todas as nações; principalmente as mais pobres.
Será que o sistema está caótico e não tem mais controle, ou será que falta uma postura ética destes profissionais? Ou, por incrível que pareça, a formação desses mesmos profissionais não conseguem contemplar esta realidade pós-moderna, na qual a vida se estrutura em rede e não mais em forma linear tão previsível e determinada?
Neste contexto nos surge uma curiosidade instigante: como será o processo pedagógico de formação destes agentes sociais responsáveis por esta área tão importante que é a esfera do capital financeiro?
Interessante que a crise está presente, o dinheiro público está sendo gasto com um segmento que sempre se vangloriou de eficiência e competência, e nossa mídia e intelectuais não se colocam nesta discussão. Deve-se perguntar por que os modelos alternativos de economia solidária e de convívio sócio cultural são vistos de forma tão crítica por parte destes mesmos representantes políticos/econômicos/intelectuais que nos pedem, agora, ajuda e colaboração para superar esta crise? Por que estes não consultaram a sociedade civil na construção e implementação da proposta do sistema financeiro?
Não se pode ser imaturo em pensar que todas estas pessoas têm a intenção de produzir e manter esta situação, mas algo muito importante a ser feito é o questionamento de que tipo de formação estes profissionais tiveram e continuam a ter.
Será que esta formação altamente tecnologizada, utilitária e que vê o alto consumo, a competição e a especulação como referências para o “convívio social”, não conseguem dar conta deste mundo tão complexo e dinâmico que vivemos? Sendo assim precisamos refletir sobre a formação das pessoas, desde seus primeiros estágios na escola. Educação Infantil, Educação Básica e Educação Universitária e Continuada; quais conteúdos são trabalhados, como este processo se dá e que tipo de avaliação acontece.
A crise é uma prova concreta de que a formação que as “melhores cabeças” receberam não funciona pra este mundo. Sendo assim, temos que repensar e praticar outro modelo de formação, para todos, mais integral, solidário, participativo e dialógico, pois, fazendo assim, as pessoas terão condições de contribuir neste processo e atuar, superando a visão de que apenas uma elite intelectual tem o que dizer.
Lembrei-me de outra dúvida que paira neste contexto: se as “melhores cabeças” receberam e recebem uma formação questionável, como será que anda a nossa, de “seres comuns”?
Educador Luiz Fernando Nunes Hidalgo.
Graduado em História, Pós-Graduado em Cinema e Educação e Planejamento Educacional
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