domingo, 30 de novembro de 2008

Crise, Causa ou Sintoma?


Temos na administração do sistema financeiro as “melhores cabeças” que a cultura de elite intelectual produziu no mundo todo.
Neste arranjo de crise econômica, devemos perguntar, porque não se teve o cuidado de dar a mínima condição de continuidade neste seguimento, sem uma ruptura em desastre, que prejudicasse todas as nações; principalmente as mais pobres.
Será que o sistema está caótico e não tem mais controle, ou será que falta uma postura ética destes profissionais? Ou, por incrível que pareça, a formação desses mesmos profissionais não conseguem contemplar esta realidade pós-moderna, na qual a vida se estrutura em rede e não mais em forma linear tão previsível e determinada?
Neste contexto nos surge uma curiosidade instigante: como será o processo pedagógico de formação destes agentes sociais responsáveis por esta área tão importante que é a esfera do capital financeiro?
Interessante que a crise está presente, o dinheiro público está sendo gasto com um segmento que sempre se vangloriou de eficiência e competência, e nossa mídia e intelectuais não se colocam nesta discussão. Deve-se perguntar por que os modelos alternativos de economia solidária e de convívio sócio cultural são vistos de forma tão crítica por parte destes mesmos representantes políticos/econômicos/intelectuais que nos pedem, agora, ajuda e colaboração para superar esta crise? Por que estes não consultaram a sociedade civil na construção e implementação da proposta do sistema financeiro?
Não se pode ser imaturo em pensar que todas estas pessoas têm a intenção de produzir e manter esta situação, mas algo muito importante a ser feito é o questionamento de que tipo de formação estes profissionais tiveram e continuam a ter.
Será que esta formação altamente tecnologizada, utilitária e que vê o alto consumo, a competição e a especulação como referências para o “convívio social”, não conseguem dar conta deste mundo tão complexo e dinâmico que vivemos? Sendo assim precisamos refletir sobre a formação das pessoas, desde seus primeiros estágios na escola. Educação Infantil, Educação Básica e Educação Universitária e Continuada; quais conteúdos são trabalhados, como este processo se dá e que tipo de avaliação acontece.
A crise é uma prova concreta de que a formação que as “melhores cabeças” receberam não funciona pra este mundo. Sendo assim, temos que repensar e praticar outro modelo de formação, para todos, mais integral, solidário, participativo e dialógico, pois, fazendo assim, as pessoas terão condições de contribuir neste processo e atuar, superando a visão de que apenas uma elite intelectual tem o que dizer.
Lembrei-me de outra dúvida que paira neste contexto: se as “melhores cabeças” receberam e recebem uma formação questionável, como será que anda a nossa, de “seres comuns”?

Educador Luiz Fernando Nunes Hidalgo.
Graduado em História, Pós-Graduado em Cinema e Educação e Planejamento Educacional

domingo, 23 de novembro de 2008

DIÁLOGO IMAGÉTICO

TEXTOS REFLEXIVOS

O Passageiro do Futuro

A estória do filme se baseia numa pesquisa científica. Tal pesquisa, tinha como fim o avanço da mente humana para ser usada como instrumento de dominação. Mesmo que o cientista acreditasse em “benefícios” para toda humanidade, através da sua descoberta, fica claro que a questão ética e o respeito à vida não eram levado em conta.
No decorrer do filme se faz presente um personagem (Jobe) que representa aspectos totalmente contrários ao que é proposto tanto pela Agência que financiava a pesquisa quanto pelo pesquisador. Pois, enquanto o Jobe é simples e humano, a Agência e o Cientista buscavam satisfação e poder.
É bom esclarecer que no filme ocorre uma certa "caricaturização" dos personagens, mas em essência o que foi dito acima foi contemplado.
Em decorrência de dificuldades para continuar a pesquisa, o cientista resolve envolver Jobe neste processo sem esclarecer para o mesmo o que aquilo tudo representava.
No início de tal experiência parece que as coisas caminham de forma positiva, pois Jobe começa a vencer algumas barreiras interiores. Com o passar do tempo devido ao aceleramento do processo de ativação mental de Jobe, via drogas e jogos virtuais, as coisas vão se desequilibrando e Jobe vai se tornando uma pessoa orgulhosa e vingativa.
Neste sentido, percebemos que o filme nos mostra além de várias mensagens, uma bastante importante, que é o respeito à vida humana e seu ritmo de aprendizagem, pois tanto o nível de conhecimento e de poder devem sempre estar acompanhado de seu correspondente emocional/espiritual interligados à responsabilidade pela vida.